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Foto do escritorAlê Neres

Quando o céu se decompõe a chuva aproveita para se deitar...

Atualizado: 22 de jun. de 2022



... “Quando o céu se decompõe a chuva aproveita para se deitar, logo tudo se repõe e eu vou deixando de tentar vestir o que já não cabe”.


Existem umas frases que eu queria tanto ter escrito, e essa acima é uma delas, é um trecho da música “Manhã” do primeiro álbum solo Aline Lessa. Sempre que chove em Recife ela vem à cabeça. Seja por suas metáforas ou por lembranças de sentimentos que invadem um coração capenga que necessita do fluxo racional sanguíneo, e de um pulmão que expõe a ansiedade em respirações curtas deixando evidente em cada ciclo a aflição.


Talvez essa vontade de ter para mim quando leio ou escuto algo lindo assim, seja um Modus Operandi do corpo para deixar fluir essa gama de tudo que mora aqui dentro, e vai embora depois de receber a energia de uma escrita igual essa. Trata-se de uma retirada de coisas ruins, lembranças amargas que se vão como se um botão de emergência fosse acionado. Esse tipo de coisa faz muito bem porque sara, renova e aprimora é uma forma do corpo curar algo que já se foi calejando por outros tantos sentimentos.


Eu quero deixar o peito aberto escancarado que tudo seja lindo, belo e verdadeiro igual a uma linda canção com sua fragilidade racional, seu dom de deixar evoluir o ser humano, que mesmo sem saber pode guardar algo que um dia lhe faça mal. Deixar o som proteger esse momento de purificação aceitar a energia vibratória e harmônica invadindo a alma, corpo e mente.


Coisas assim sempre virão me preparo para uma overdose de leitura e músicas que façam fluir tudo que pode invadir minha carapaça, minha casa, tentando fazer do meu lar uma senzala. Não quero e nem posso ser um escravo das emoções.


Quero dissolução em uma frase posta, cantada, recitada em qualquer direção de pureza aromática; retomar o pulsar do coração e restaurar o oxigênio do sangue nas artérias. Deixar fluir e que seja em mim habitado e eterno enquanto dure.


Padeço de pensar em não voltar a essa decisão de receber eternos sentimentos que se cruzam feito ondas do mar que em estéreo faz a bancada rítmica de uma cirando, deixando Lia feliz na roda com o pé cheio de areia.


Quero ser eterno e receber o que for posto pelo universo. Eu quero é viver na tentativa de ser sempre o mesmo e quando receber essas mensagens puras, deixar fluir do meu corpo a cura e de tempos em tempos, quando uma frase dessas invadir o meu caminho me permitirei admirar, agradecer e exaltar quem a fez com tanto carinho.




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